O Sino
Eu fazia o sino bater e recebia o vento em meu rosto . Há trinta anos eu fazia isso, todos os dias, essa era minha função, tocar o sino da Igreja . Eu era sacristão de uma Igreja de uma pequena cidade,perdida na fronteira com Uruguai, nas margens do Jaguarão ( que desemboca na lagoa Mirim ) . Eu vivia ali, minha vida não mudava, nunca . Eu tocava o sino uma vez por dia, era a hora da ave-maria, a não ser quando morria alguém . Às vezes isso acontecia .Naquela manhã eu havia acordado na mesma hora, minha mãe estava doente no quarto ao lado, eu morava com ela desde que havia nascido . Eu iria fazer o café como sempre fazia e depois iria comprar pão na venda do Carlos, o uruguaio, quando ouvi o sino bater, não um badalar constante, forte e regular, como quando chamava os fiéis para a missa, mas uma batida forte e depois outras seguidas fracas e monótonas . Ningúem batia o sino, aquilo era meu serviço, ademais, não era hora da ave-maria . Me vesti e saí . Eu não morava longe da igreja, os plátanos caiam suas folhas na calçada , eu ouvia o sino que batia com calma, trazido pelo vento, seu som balançava em mim, eu sentia o frio, eu caminhava pelas ruas , não via ninguém . O vento soprava frio, a cidade estava deserta , precisava encontrar alguém, eu caminhava em direção ao sino da igreja , aquele som me atraia , eu caminhava para a praça, as igrejas, geralmente, trazem praças, a praça de minha infância .
Atravassei a rua onde havia a uma placa na frente de um predio: “ Carniceria “ , hummm, aquilo me deu um frio na espinha, esses castilhanos..., eu achava que servia para alguma coisa . Eu precisava pisar os passos com pressa, encontrar um caminho, não podia suportar mais aquela prisão, os plátanos da minha terrra , eu sentia o vento e o frio, os pensamentos eram dificeis de sair , deviam estar congelados.
Eu caminhava meus pequenos passos, estava ofegante, era difícil caminhar, e seguia meu caminhno, atravessando as ruas até a praça onde ficava a igreja, caminhava até seu centro, o pequeno piso pequeno ladrilhado me era familiar, eu caminhava por entre os plátanos, chutava as folhas caídas do outono , eu entrava por entre o pórtico principal da igreja . Um grupo de pessoas se reunia em volta da corda que descia desde o campanário do sino até o átrio da Igreja . Na corda, pendia o padre da paráquia, morto, enforcado, a sua batina preta balançava embalada pelo vento , a polícia ainda não havia chegado. Lentamente desatei a grossa corda do pescoço do padre, ele caiu no chão frio, as pessoas afastaram-se estarrecidas e com medo, as pessoas sempre têm medo da morte, olhei para a corda que oscilava lentamente, tomei um pequeno impulso e me dependurei, toquei sino com alegria, seu movimento pendular levantava meu corpo do chão, era bom sair da rotina...
Atravassei a rua onde havia a uma placa na frente de um predio: “ Carniceria “ , hummm, aquilo me deu um frio na espinha, esses castilhanos..., eu achava que servia para alguma coisa . Eu precisava pisar os passos com pressa, encontrar um caminho, não podia suportar mais aquela prisão, os plátanos da minha terrra , eu sentia o vento e o frio, os pensamentos eram dificeis de sair , deviam estar congelados.
Eu caminhava meus pequenos passos, estava ofegante, era difícil caminhar, e seguia meu caminhno, atravessando as ruas até a praça onde ficava a igreja, caminhava até seu centro, o pequeno piso pequeno ladrilhado me era familiar, eu caminhava por entre os plátanos, chutava as folhas caídas do outono , eu entrava por entre o pórtico principal da igreja . Um grupo de pessoas se reunia em volta da corda que descia desde o campanário do sino até o átrio da Igreja . Na corda, pendia o padre da paráquia, morto, enforcado, a sua batina preta balançava embalada pelo vento , a polícia ainda não havia chegado. Lentamente desatei a grossa corda do pescoço do padre, ele caiu no chão frio, as pessoas afastaram-se estarrecidas e com medo, as pessoas sempre têm medo da morte, olhei para a corda que oscilava lentamente, tomei um pequeno impulso e me dependurei, toquei sino com alegria, seu movimento pendular levantava meu corpo do chão, era bom sair da rotina...
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